Exame ajuda a detectar câncer de colo de útero e
alterações causadas pelo HPV
Por Letícia
Gonçalves - publicado em 16/01/2013
O Papanicolau é um exame que deve estar no topo
da lista de prioridades de todas as mulheres sexualmente ativas. Cada vez mais
há estudos que comprovam a importância dele. O mais recente, divulgado dia 9 de
janeiro pela revista Science Translational Medicine,
aponta que o teste poderá detectar até câncer
de ovário e câncer de endométrio, além de câncer de colo do útero e
outras doenças.
Também
chamado de Citologia ou Colpocitologia Oncótica, o exame é poderoso e ao mesmo
tempo simples - consiste na coleta de material do colo do útero com uma
"colher de raspagem". De acordo com um estudo publicado na edição
online do British Medical Journal (BMJ), a taxa de sobrevivência de mulheres
com câncer de colo do útero detectado pelo exame chega a 92%, enquanto aquelas
que são diagnosticadas apenas pelos sintomas apresentam uma taxa de
sobrevivência de 66%. Para tirar as dúvidas mais comuns sobre como o Papanicolau funciona, confira as respostas de
ginecologistas a seguir.
1. O Papanicolau ajuda a detectar quais doenças?
Além do câncer de colo
do útero e de suas
lesões, o exame ajuda a diagnosticar infecções vaginais como Gardnerella
vaginalis, Tricomoníase e candidíase. "Como a coleta do exame
envolve exame genital, também é possível perceber doenças sexualmente
transmissíveis, como sífilis, gonorreia, condilomatose, clamídia e cancroide", afirma o ginecologista
Rodrigo Hurtado, da clínica Origen de Contagem (MG).
2. Com qual a idade a mulher precisa realizar o exame?
Não há
uma idade certa. Assim que inicia a sua vida sexual, a mulher já deve começar a
realizar a citologia. "O vírus HPV só pode ser transmitido ao colo uterino por
relação sexual e é este o principal causador de câncer de colo do útero",
explica o ginecologista.
3. Qual é a melhor época para realizá-lo?
Segundo
Rodrigo, o único período que impossibilita a realização do exame é nos dias em
que a mulher está menstruada. Antes de marcar o exame, portanto, é preciso
checar o calendário menstrual e calcular quando será a próxima menstruação.
4. De quanto em quanto tempo ele precisa ser feito?
Mulher deve evitar ter
relação sexual 48 horas antes
"O
ideal é fazer uma vez por ano", conta o ginecologista. Em casos de alto
risco, como quando a mulher tem HPV, o médico pode recomendar um exame mais
frequente, de seis em seis meses por exemplo.
5. Há algum risco à mulher?
Rodrigo
Hurtado garante que não há qualquer risco. "Ao contrário, o exame permite
o diagnóstico precoce com grandes chances de tratamento e cura", alega o
médico.
6. O Papanicolau detecta HPV?
Na
verdade, esse teste não é específico para detectar HPV. "No entanto, o
exame pode detectar a presença de anormalidades nas células do colo ou da
vagina que são causadas pelo HPV", explica o ginecologista Achilles Cruz,
de São Paulo, especialista em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital das
Clínicas da FMUSP.
Se isso
acontecer, o médico irá indicar exames complementares, como a Colposcopia e a
Captura Híbrida. O primeiro exame avalia o tecido de revestimento do colo da
vagina através da ampliação da imagem e da aplicação de reagentes. "Na
presença de alterações, será feita a biópsia do tecido que permite identificar
a infecção pelo HPV", explica Achilles. Já a Captura Híbrida é um exame de
tecnologia avançada que detecta se há um ou mais tipos do vírus HPV, que podem
causar o câncer de colo do útero.
7. O Papanicolau pode falhar?
Pode.
"Estudos mostram que cerca de 50% das pessoas infectadas podem ter falha
na detecção do vírus HPV por meio do teste de Papanicolau", conta Achilles
Cruz. Por isso, é importante realizar exames complementares dependendo das
condições da mulher - o ginecologista terá o cuidado de avaliar quais casos são
necessários.
8. A mulher pode ter relações sexuais no dia anterior ao do exame?
Não.
Para ter uma maior eficácia no resultado, os médicos recomendam os seguintes
cuidados a serem adotados 48 horas antes do exame:
- Não usar creme e/ou óvulo vaginal
- Não utilizar ducha na região e não fazer lavagem interna
- Não realizar exame ginecológico com toque, ultra-sonorgrafia transvaginal e/ou ressonância magnética da pelve
- Não manter relações sexuais, com ou sem uso de preservativos.
9. Mulheres virgens também podem fazer o exame?
Sim, as
mulheres virgens também podem realizar o exame de Papanicolau, mas são
situações especiais indicadas pelo médico. "A coleta do material, neste
caso, é feita por meio da utilização de espéculo próprio para mulheres virgens,
com o auxílio de uma espécie de cotonete", explica o ginecologista
Achilles, que também garante que não há prejuízo para a paciente, nem risco de
ruptura do hímen.
Fonte: http://www.minhavida.com.br/saude/materias/15982-tire-nove-duvidas-sobre-o-exame-papanicolau
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